Um beijinho deu-lhe o vento. Não era o mesmo! Não era intenso, mas era leve e fresco e cobria aquilo que de melhor estava na sua mente.
E se...?
Perguntas intercalavam-se na sua mente, perturbavam o seu cérebro e repetiam-se no seu dia a dia.
Na verdade não podia ter respostas. Era assim porque era. Era assim porque assim o destino estava dado.
Era passado. Claro que era! Como o ontem é o passado do hoje. Como uma flor nasce e morre! Não havia explicação.
Contudo, não invalidava que não se lembra-se do cheiro da flor, do seu abrotar e de todo o seu especial encanto.
Era algo que tinha visto crescer (e aliás contribuira para tal). Logo, fazia parte de si. Já era algo seu...em forma de saudade.
Toda a recordação trás saudade. Tudo aquilo que tem significado tem um bocadinho de "e se...". Desejamos sempre o melhor e queremos sempre o melhor quando algo contribui para a nossa felicidade. É verdade!
Nada podia fazer! Não se conformava com a não resposta, mas ao mesmo tempo tinha a noção que não podia continuar naquele impasse.
Deu dois passos. Em direção ao futuro? Não sei. Recuou um passo. Eis o dia de hoje! Sabia que o caminho seria sempre em frente, mas ao mesmo tempo sentia que o recuar daquele passo a fizera reviver e recuar naquilo que tinha sido o seu percurso até ali. Era necessário! Era preciso! Havia que não esquecer. Não para querer de volta, mas para ter a certeza que tinha valido apena o fôlego que perdera. Tinha de continuar a correr. Só assim atingiria o caminho a seguir. Não vale olhar para trás. Não vale vacilar. "Carpe diem" e agora era tarde. Caiu-lhe uma gota de agua sobre o cabelo, a música parara e o céu começava a ficar feio, -cinzento e escuro- estaria triste? Não podia continuar a divagar entre as ondas do mar e a areia da praia. O caminho era em frente! Sabia que seria longo mas chegaria na mesma ao seu destino e seria aí que novas perguntas surgiriam, não para responder ao "e se...", mas para dar sentido ao "teve de ser assim". Chegaria completamente molhada mas chegaria. E se não tivesse começado a chover? Provavelmente continuaria a divagar nas suas perguntas sem resposta.
Olhou para trás. Sorriu. Seguiu caminho. As pegadas iriam marcar para sempre a sua presença ali. Isso ninguém podia negar!
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